segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Direito

O Direito é segundo o Aurélio, ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos homens em sociedade.

É a partir desta definição simplória que podemos perceber a dimensão do objeto de estudo da Ciência a qual me dedico, DISCIPLINA AS RELAÇÕES DOS HOMENS EM SOCIEDADE, o Direito, por exemplo, disciplina desde o simples ato de sair a rua até as questões mais relevantes, como a gestão das verbas públicas.

Podemos dizer que pra onde nos virarmos, somente veremos o Direito, e não poderia ser diferente, porque só temos sociedade se colocarmos o mínimo de ordem, sendo esta é a principal função dessa Ciência.

A quem se dedicar alguns minutos a leitura de nossa Constituição Federal, ficará embasbacado com tamanha precisão da proteção dos Direitos Humanos e do Cidadão, como a Constituição, existem inúmeras outras leis no Brasil que regem e protegem a justiça nas relações sociais.

Se encontramos o Direito até no ar em que respiramos, porque milhares de pessoas insatisfeitas com a falta do Direito no Brasil, com a falta de leis justas e capazes de conter a ferocidade do homem?

Na minha humilde opinião não podemos contar com o Direito no Brasil, não porque não temos leis suficientes e as que temos são mal elaboradas, muito pelo contrário, temos uma enorme quantidade de leis e que são bem elaboradas, o que nos falta são pessoas suficientemente capazes, tanto intelectualmente, quanto eticamente, para aplicar o aparato jurídico.

Não me preocupo com o desenvolvimento intelectual dos brasileiros que serão operadores do Direito, porque isso as nossas universidades cuidam e temos excelentes profissionais que ao publicarem suas obras nos deixam com a sensação de que o Direito está sendo estudantes por mentes brilhantes, o que me preocupa é a formação ética dessas pessoas, porque até hoje, salvo heroicas exceções, temos decepções, para não dizer vergonhas, daqueles que deveriam ser exemplo de homens que sabem prezar pela sociedade.

Para termos nossas relações sociais efetivamente disciplinada pelo Direito precisamos ter crianças que aprendem na escola que sobrepor o coleguinha para atingir seu objetivo é reprovável e sujeito a punição, precisamos de jovens que aprendam a respeitar seus pais e seus pares, só assim teremos juízes, promotores, prefeitos e presidentes capazes de através do Direito regular a sociedade e promover a justiça.

Dayse Amorim

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O prazer de ser humano

Vi um filme (O substituto) que me levou a inúmeros questionamentos, se tratava de uma nova geração de seres humanos que com medo da violência e do sofrimento ocasionado pelos males que porventura atingem o ser humano exposto, se escondiam em seus lares manipulando máquinas que se adaptavam ao desejo do seu operador.
O primeiro questionamento diz respeito a porque somos tão atraídos pela ficção mais ilusória, a exemplo de bruxos, vampiros e modelos famosos que pululam o horário nobre da TV e lotam as salas de cinema e, sobretudo, que inebriam a mente humana de forma fascinante. Sou da opinião que o ser humano é atraído pela ficção porque a realidade não é capaz de acompanhar o nível que o cérebro atinge, o nosso pensamento ultrapassa o limitado espaço do real e adora se ligar ao imaginário e ao ilusório por mais improvável que ele seja.
É ao falar sobre a realidade que surge o segundo questionamento, no filme as pessoas poderiam ser quem desejassem, podendo mudar a cor da pele, as fisionomias, a idade e, inclusive o sexo, adaptando a realidade aos seus desejos. Questiono-me porque somos tão insatisfeitos com o que somos e buscamos freneticamente a modificação daquela realidade que não é o nosso desejo, quando, na verdade, o mais racional seria analisar o que realmente precisa ser mudado e o que é apenas fruto do inacabável desejo humano, seria mais fácil se nos limitássemos a mudar o que fosse necessário e nos adaptarmos as demais circunstâncias da vida, por exemplo, a velhice traz consigo o medo de ser velho fazemos o possível e o impossível para não sermos velhos e quando somos, alguns de nós possuem dificuldades para admitir que a velhice chegou, na busca pela eliminação da velhice esquecemos que ela também é uma fase da vida que traz seus sabores e experiências, próprias de quem já viveu muito.
O terceiro e último questionamento diz respeito até onde se faz necessário que os seres humanos abdiquem de viver em sociedade, até onde vale a pena se isolar com o objetivo de se manter seguro. Eu prefiro, se pudesse escolher como os personagens do filme, o eterno risco de sofrer com a violência, de estar exposta as doenças e de viver menos, em troca do simples trazer de poder conviver e aprender com as pessoas que me cercam, porque é na vida em comunidade que se pode experimentar o mais nobre dos sentimentos, que se sobrepõe a qualquer segurança e longevidade: O AMOR, pois o prazer de ser humano está em amar.
Mesmo que falássemos todas as línguas dos homens e dos anjos, mesmo que soubéssemos todos os segredos e mistérios desse mundo e tivéssemos uma fé capaz de transportar todas as montanhas, e nos faltasse o amor, não teríamos valor algum.

Dayse Amorim

Senzalas Modernas I: Prisão

[...] "mas presos, são quase todos pretos. Ou quase brancos quase pretos de tão pobres. E pobres, são como podres. E todos sabem como se tratam os pretos." Haiti, Gilberto Gil


A fria disposição estatística dos números dispostos em pesquisas acerca de nossa população carcerária contorna a feição, ou melhor, a cor e a classe social de nossos detentos.
Parcela esmagadora é composta por negros e pardos (cerca de 49%* da população carcerária), caracterizado também por seu estamento (quase uma totalidade são pobres analfabetos). Esse é o retrato marcante de nossa população enclausurada: um apilhado de homens, que na práxis carcerária desmistifica qualquer lei da física – sim, Dr! Quem disse que aqui dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço? Ocupam 17 o lugar de 2. Todos à cela da própria sorte.
Na oportunidade em que visitei algumas delegacias do estado, ou que mantive contato com o mesmo detido por mais de uma vez, num intervalo de tempo qualquer, vi a transformação individual da pessoa humana ser ditada pelo ambiente na qual está inserida. É o próprio Cortiço o personagem principal que dita as regras, não o de Azevedo, mas o do Estado. Não o de João Romão, mas o meu e o seu. Afinal, quem paga a conta? Veja-se aquela conta não simplesmente sob a monta financeira, mas também em seu imensurável deságio social.
As semelhanças entre a cadeia atual e as senzalas do Brasil Império são inegáveis. O clientelismo para com os negros pobres é o primeiro ponto, basta ver os índices. E não adianta levantar a bandeira esquizofrênica de que os gens da população negra está mais propensa a esse comportamento, como fez um professor geneticista baiano. A seletividade é racial!
Temos nossos Capitães do Mato. Sob a atenção vigilante do chefe de serviço – uma caricatura atual do personagem mais temido pelos negros escravos – estão os detidos, ou melhor: negros e pobres. Aos que desrespeitam as leis da massa, como acontecia “antigamente” à política escravagista, uma sutil conversa pedagógica do responsável disciplinar ao pé do ouvido – no nosso maior eufemismo hipócrita.
Gritaram: Abolição! Quem escutou?!
Por fim, pare e veja uma abordagem policial. Ainda nega que (como cantou Yuca) todo camburão tem um pouco de navio negreiro.

* Dados contidos no relatório anual, 2009, da população carcerária nacional do Ministério da Justiça.


Bruno Maia

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Família


Muitos dizem que sou apegada demais à família. De fato sou: minha mãe é meu porto seguro; meu pai – embora com suas infinitas opiniões divergentes das minhas – não mede esforços para cuidar de mim (o constante exagero que apoquenta); meus irmãos estão sempre por perto contando suas histórias, gritando besteiras ao meu ouvido e enchendo o saco.
A minha família é comum, unida e, posso afirmar sem medo, feliz. Mas o que muitos não sabem é que isso não faz de mim dependente deles – em todos os sentidos e eternamente. O que anos atrás eu via como algo impossível, hoje é quase que uma meta: concretizar meus sonhos - e talvez muito longe deles . Acabei me convencendo (com um grande auxílio, confesso) de que tomar minhas próprias decisões sem tanta influência, ganhar o meu espaço em outros ares e decidir se quero ou devo voltar novamente para perto do meu ninho, talvez não seja apenas algo desejável e ilusório, mas completamente necessário.
Entretanto, outra coisa é certa: de modo algum farei isso para me encontrar. Eu sei bem quem sou, como sou e onde estou, independente do local da minha morada. Li um livro recentemente chamado “O dia do Curinga”, de Jostein Gaarder. Conta a história de pai e filho que cruzam a Europa a procura da esposa (e também mãe) que os abandou oito anos atrás porque precisava se encontrar. O menino de doze ou treze anos, narrador da história, com a sua tenra visão da vida, opina e aconselha o leitor que eventualmente se encontre nessa mesma situação a agir diferente. Ele diz algo parecido: “Eu até posso entender mamãe um dia, mas não consigo compreender agora porque ela precisou ir tão longe pra poder se encontrar. Se um dia você estiver perdido e precisar se encontrar, eu aconselho que –antes de tudo – permaneça exatamente onde está”.
De fato, eu não quero me encontrar, quero concretizar as inúmeras oportunidades que a vida – eu sei – irá me proporcionar. É diferente. Assim pretendo ir longe, ou pertinho, tanto faz. Estudar muito, viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes, crescer na minha área, viver um tempo longe, tudo isso faz parte da meta. É simples e fácil (talvez nem uma coisa nem outra, mas possível). Sem nunca, jamais, esquecer o quanto a família é importante e essencial na minha vida. Sem nunca deixar de amar e acreditar no lugar em que eu nasci, Maceió. A vida vai me mostrar o caminho e eu vou fazer a minha parte.
Mas, independente de tudo, continuo sabendo exatamente quem sou, como sou e onde estou. E apesar de não saber ainda para aonde vou, é certo que o caminho será, no mínimo, divertido.
Amanda Gabriela

domingo, 8 de novembro de 2009

Um bom começo

Futuros leitores,

Nesse espaço não há restrições de tema. Aqui se fala de amor, Direito, filosofia, política, religião, filmes, livros e acontecimentos do cotidiano. Escreve-se em prosa ou verso, sátira ou humor. Nada nos foge, tudo é razão de questionamentos e constatações. Abraçaremos a miudeza e os detalhes, onde quer que eles se encontrem. Vem com a gente!?

Amanda Gabriela